Entre


  • ENTRE
    Luiza Interlenghi (curadora e crítica de Arte), trecho extraído do texto para o catálogo da exposição Pontotransição, realizada na Fundição Progresso em 2016

    Fronteiras são mais que linhas imaginárias. Disputas econômicas e conflitos territoriais erguem muralhas, barricadas. Defesa e ataque bloqueiam o estrangeiro. Com o método de empilhamento de contenção de encostas e barricadas, Entre  de Ana Muglia ergue partituras no espaço. Blocos sobre o piso abrem intervalos, clareiras, silêncios, tocados pelo acaso _ estranha música feitas de vazios e matéria, contenção e passagem.

     

    ENTRE
    Ana Muglia, 04 de Agosto, 2016

    Para a realização deste trabalho ocupei o piso na sua horizontalidade criando intervalos entre pequenas colunas em alturas diversas. Barricada desmontada. Espaços de silêncio. Circulação livre em várias direções. Entradas e saídas pelos “entre”. Pausas deitadas. Altos e Baixos na com/posição. Vista aérea: superfície pictórica de um quadro.

    Foram utilizados cerca de 800 sacos plásticos transparentes e de algodão branco com materiais de construção selecionados entre areia, pedra e saibro, montados em pequenas e médias amarrações distribuídas sobre o chão, em dimensões variadas, separadas por intervalos delimitados. O trabalho foi pensado a partir da idéia da construção de muros (visualmente semelhantes a barricadas) normalmente utilizados como impedimento da passagem para o outro lado. No entanto, a obra  “Entre” , como o próprio título sinaliza, desestrutura o muro e cria espaços ou intervalos entre as amarrações deitadas sobre o chão, para que haja livre circulação em qualquer direção. O formato aqui proposto ressalta a idéia de abertura, cuja finalidade é a travessia entre um espaço e outro, sem barreiras”.

    A arquitetura local com as ferragens aparentes, a cor terrosa nas paredes em parte descascadas e o chão de cimento foi o ambiente propício para instalar o meu “canteiro de obra”, ideal para abraçar a minha montagem.

    Exposição coletiva “Ponto Transição artes visuais”, curadoria Ceav-Funarte, Fundição Progresso, Rio de Janeiro

    ENTER
    Luiza Interlenghi (curator and critic of Art), excerpt from the text for the catalog of the exhibition Transition’s Point, held at Fundição Progresso in 2016

    Borders are more than imaginary lines. Economic disputes and territorial conflicts erect walls, barricades. Defense and attack block the stranger. With the method of stacking containment of slopes and barricades, Entre de Ana Muglia raises scores in space. Blocks on the floor open intervals, clearings, silences, touched by chance – strange music made of voids and matter, restraint and passage.

     

    ENTRE
    Ana Muglia, August 04, 2016

    For the accomplishment of this work I occupied the floor in its horizontality creating intervals between small columns in diverse heights. Disassembled barricade. Spaces of silence. Free circulation in various directions. Inputs and outputs from the “between”. Pauses lying down. High and low in the com / position. Aerial view: pictorial surface of a painting.

    Approximately 800 clear plastic and white cotton bags were used with selected sand, stone and gravel construction materials, mounted on small and medium moorings distributed on the floor in varying dimensions, separated by delimited intervals. The work was thought from the idea of ​​the construction of walls (visually similar to barricades) normally used as impediment of the passage to the other side. However, the work “Entre”, as the title itself signals, deconstructs the wall and creates spaces or intervals between moorings lying on the ground, so that there is free movement in any direction. The format proposed here emphasizes the idea of ​​openness, whose purpose is to cross one space and another without barriers. ”

    The local architecture with the apparent hardware, the earthy color on the partly peeled walls and the cement floor was the right environment to install my “construction site”, ideal to embrace my assembly.

    Collective exhibition “Transition’s Point visual arts”, curator Ceav-Funarte, Fundição Progresso, Rio de Janeiro

    • Entre, sacos plásticos e de algodão contendo areia pedra e terra, exposição Ponto Transição, Fundição Progresso, 2016

    • Entre, sacos plásticos e de algodão contendo areia pedra e terra, exposição Ponto Transição, Fundição Progresso, 2016

    • Entre, sacos plásticos e de algodão contendo areia pedra e terra, exposição Ponto Transição, Fundição Progresso, 2016

    • Entre, sacos plásticos e de algodão contendo areia pedra e terra, exposição Ponto Transição, Fundição Progresso, 2016

    • Entre, sacos plásticos e de algodão contendo areia pedra e terra, exposição Ponto Transição, Fundição Progresso, 2016

    • Entre, sacos plásticos e de algodão contendo areia pedra e terra, exposição Ponto Transição, Fundição Progresso, 2016